quarta-feira, 24 de maio de 2017

O PADRE SUMIU

No domingo, já tarde da noite, terminada a quermesse, da festa junina paroquial, que  tinha sido um sucesso, com muita gente,musica,barraquinhas,e o tradicional churrasco,Padre José,um tanto cansado,despediu-se do sacristão e foi recolher-se na casa paroquial,sem antes lembrar-lhe,de seus cachorros.
No dia seguinte,o sacristão abriu pontualmente a igreja e badalou os sinos,enquanto alguns fieis vieram para a missa da segunda feira,tradicionalmente dedicada as almas e passada meia hora do horário, o Padre José não aparecera para a celebração e os fieis já inquietos com a demora acionaram o sacristão que andava de um lado a outro inquieto,e que por sua vez mandou o coroinha até a casa do vigário para saber o que havia acontecido.O moleque foi num pé e voltou no outro com a noticia de que o padre e nem seu carro, um velho corcel azul, estavam lá.
Pronto, a noticia espalhou-se rápido,o Padre José sumiu.Onde estaria?Fora sequestrado?Vitima de ladrões?
Foram logo avisando a policia,que registrou o desaparecimento e deu inicio as buscas pelos arredores e nada.Acionaram o Bispo e em sua presença o delegado arrombou a porta da casa paroquial, onde nada fora mexido e nem sinal do padre.Nem vivo,nem morto!
Procuram daqui e procuram dali, três dias depois,acharam o carro do Padre Jose no estacionamento da rodoviária local,e do qual exalava um cheiro forte de putrefação vindo do porta malas.Dado o alarme pela policia,o povo tomou conta do local,todos queriam ver,curiosidade mata!
Chegando o delegado o porta malas foi aberto na presença de todos e qual não foi a surpresa,não havia corpo nenhum,mas sim um saco plástico cheio de ossos e restos de carne do churrasco de domingo que o sacristão havia posto ali para os cachorros do padre.
O mistério continuava, onde estaria o vigário?
Todos perguntavam e queriam saber...passaram-se seis dias do desaparecimento, e nada do Padre Jose,nem noticia boa e nem ruim, simplesmente sumiu!
-Teria largado a batina? Especulam as devotas.
-Mas o carro não saíra da cidade! Afirmavam os detetives de plantão.
No domingo seguinte,seis horas da manhã,chega na  rodoviária o ônibus noturno,vindo do norte de Minas e Padre Jose apressado desembarca e vai a procura de seu velho corcel azul que havia deixado estacionado, não o achando, decidiu por um táxi,pois queria chegar a tempo para a missa dominical das sete horas da manhã.Aos fieis, na hora do sermão, justificou-se: viajei as pressas, para a casa de minha mãe,em Minas,que em agonia aguardava-me para partir deste mundo! Deus a tenha!

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