Miro-me no espelho desbotado
contemplo um semblante
marcado,curtido
e de olhos cansados,
enmoldurado nas laterais
de cabelos nevados.
Toco levemente
minhas faces rubras
ajeito o bigode branco
acaricio o cavanhaque
esboço um sorriso amarelo
disfarçando a mim mesmo.
Pergunto sem resposta,
onde ficou o tempo
vivido,amado,chorado,
vendido,medido?
Silêncio!
ps: este poema escrevi no retorno de um velorio de um amigo que partiu no dia de ontem.