quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ESPELHO

 
 
Miro-me no espelho desbotado
contemplo um semblante
marcado,curtido
e de olhos cansados,
enmoldurado nas laterais
de cabelos nevados.
 
Toco levemente
minhas faces rubras
ajeito o bigode branco
acaricio o cavanhaque
esboço um sorriso amarelo
disfarçando a mim mesmo.
 
Pergunto sem resposta,
onde ficou o tempo
vivido,amado,chorado,
vendido,medido?
 
Silêncio!
 
 
 
ps: este poema escrevi no retorno de um velorio de um amigo que partiu no dia de ontem.

3 comentários:

Sergio Bucco disse...

Caro Tomaz Padovani!
Belo exemplar de uma inspiração/construção
que é fruto de um insigt corroborado pela experiência e sabedoria da Vida!
Abç!

MRCK disse...

Formidável... Abraços.

Anônimo disse...

Que lindo!
Emudecido diante dessa reflexão.
Bjs!
Regis Sampaio